14 dezembro, 2014

Arremate

Vim com espírito arrebatador,
pronta para apostar no amor.
Não sabia que aqui chegando,
acabaria encontrando
um tempo tão desafiador.

Vim mexer no que era meu,
tudo o que com o tempo se perdeu.
Me vi tendo que me desapegar,
mandar pra longe ou descartar...
Poeira que tanta alergia me rendeu!

Tenha paciência!
Aceite o inevitável!
Da música ou da ciência,
no fim tudo é descartável...

Mas eis que a saúde definhou.
Contei meus dias e acabou
que fiquei entre casa e hospital
cuidando de mãe e coita e tal...
Feliz que tudo já passou!

Estando ao meu alcance eu vou fazer.
Assim ninguém terá o que dizer.
Se é hora de agir ou de esperar?
As coisas sempre podem melhorar.
Não me perco tentando entender.

Tenha paciência!
Não piore a situação!
Não é hora de eloquência
e sim de observação.

Dezembro...

De dezembro veio tanta lição,
planos que tive que abrir mão.
Aceitar do outro o seu melhor
e nunca me focar no que é pior.
Supera tudo com determinação.

No fim ainda fui premiada
com a tua visita tão inusitada,
me trazendo felicidade no momento
em que tudo era tormento.
Me sinto tão recompensada!

Tive paciência.
Me deixei me levar.
Aceito tua querência.
O melhor de tudo é amar.

Ano novo...

Venha belo, enigmático, sem castigar.
Venha sempre a me preparar.
Traga de tudo a dose certa
e que eu receba de mente aberta
tudo o que um ano pode ensinar!

Lucia Helena Sider

23 novembro, 2014

E chega o fim do ano!
Penúltima da série:


Recado

Ei, novembro!
Você mesmo!
Mês das doencinhas,
da TPM e da compulsão pelos doces...
Obrigada pelo que você me trouxe:
notícias dos amigos sumidos,
amigos em casa,
nas pastelarias e pizzarias...
boas notícias no trabalho
e todos, (quase) todos os meus entes em paz.
Ei, fala pra dezembro
me trazer uma boa viagem,
quem sabe, mais uma viagem de resgate...
Fala pra ele vir como festa,
pois é pra isso que dezembro foi criado:
Festa!
(...) Estou lembrando aqui como foi
novembro do ano passado...
Olha, você me surpreendeu!
Claro que eu podia ter ficado
sem a bronquite e a falta de ar,
mas aí, novembro, não teria graça...
Obrigada! Valeu!
Te vejo no ano que vem!
Dezembro, meu caro,
agora é com a gente :-)

Lucia Helena Sider

09 novembro, 2014

De todas as coisas de hoje


Na verdade, de ontem...


De todas as coisas de hoje

Queria escrever poesia
e uma gata subiu no colo
toda cheia de alegria,
e agora volta para o solo.

Escrever é tão fácil às vezes,
exercício mental de doação.
São várias por meses e meses,
esta é minha real pretensão.

Outra gata quis cafuné.
Voltei-me pra ela contente.
Agora ela deita ao meu pé
e de certa forma carente.

Hoje tive falta de ar.
Foi resultado da bronquite.
Mas eu sei, já vou melhorar,
este é o meu melhor palpite.

Tomo sol com moderação
para não piorar meu estado.
Como voa meu coração
para os lados do meu amado...

Para os lados de quem me quiser
eu me volto com real alegria.
Ver amigos assim que puder
pra um panetone ou pastelaria.

E assim vou, sigo criando
bobagens que alguns apreciam.
Todas gatas identificando:
a que dorme, apronta e as que miam.

Tive a chance de concluir,
mas quis seguir a escrever.
Poesia é todo fluir,
enquanto houver o que dizer.

Ponto! Pois assim eu termino
a fim de evitar o abuso.
A poesia é um estado fino
e deve-se evitar o mal uso.

Lucia Helena Sider

07 novembro, 2014

Tenham todos um bom fim de semana!


Double

Estrofe para uma sexta-feira

Amigo, me desconcentrei!
A tarde já vai cansativa,
bora ainda não arruinei:
sigo adiante bem pensativa,
ainda que já improdutiva,
finalizo o que planejei.

Estrofe para o fim de semana

Amigo, qual é a tua idéia
para o fim de semana agora?
Nesta nossa vida plebéia,
planos modestos pra esta hora,
mas nunca deixar ir embora
sem um bom tempo, uma epopéia.

Lucia Helena Sider

02 novembro, 2014

Pastel

Pastel com amigos
é tudo de bom.
Falo em alto som:
ainda vou repetir.

Pastel com recheio
é engrandecedor,
tão saciador!
É tão bom curtir!

Escolhe o sabor:
tem de camarão,
tanto queijo então,
fico a refletir...

De carne, palmito,
quero tudo enfim.
É tão bom pra mim.
É tão bom sorrir.

(Se você, meu lindo,
fosse aqui também,
iríamos tão além –
Não vou resistir!)

Pastel com amigos
é como vencer,
sempre a engrandecer,
nunca a oprimir.


Lucia Helena Sider

22 outubro, 2014

a poesia do mês:


Outubro – amarelo solar, novembro a colaborar

Vai alegre, radiante e belo,
Vai firme e constante a passear!
Outubro que ao sol tanto me expôs,
e a tudo que mais tanto agradou,
venha o sentimento renovar!

Vem o sol reinar tão amarelo,
vem fazer teus raios infiltrar.
Novembro não deixes pra depois!
Complemento feliz ao que sou,
venha mais um mês colaborar.

Lucia Helena Sider

19 outubro, 2014


A espera

Cansei de ter ver e não te ver.
Cansei de te ouvir na minha memória falha.
Cansei de te beijar em palavras.
Mas ainda que isso seja um prêmio,
não canso de sonhar conosco.
Como já fomos um dia,
seremos de novo, intensa e bela vez.
Não canso de te olhar.
Não canso sequer da tua voz.
O que direi do teu toque, do teu beijo?
Você sabe que é, com efeito,
de um efeito bom em mim.
Você sabe...
E o bem que podes fazer é aceitar.
O sol é forte e permite tudo,
das sínteses químicas ao aquecer e evaporar.
Chuva que não vem nem na tua terra
nem na minha.
Clima – esse mal dos tempos.
Distância – esse mal dos amores.
Quando chover por aqui vou celebrar tanto
que vou te querer do meu lado.
Nestas horas não me canso,
não me canso de sonhar conosco.
Como seremos um dia, dia próximo,
como temos sido:
uma só e única vontade.

Lucia Helena Sider

15 outubro, 2014

Mais um banho de sol no meio da semana.
Me deu uma vontade louca de sair atrás de flores, mas sem carro e a esta hora não consigo mais nada.


As flores de outubro

Flores de outubro...
Está tudo bem.
O bem que me acomete
é mais que uma atitude,
o bem que me acomete
é ver tudo bem,
ver tudo como flores –
as flores de outubro.
Parando para pensar:
eu ainda não vi flor nenhuma,
mas elas estão aqui no meu coração.
É mais um dia que o sol vai alto
porque vim mais cedo,
porque me antecipei.
Amo quando você se antecipa,
quando eu te deixo, não é verdade?
Ah, tragam-me as flores de outubro!
Tragam-me flores sempre e sempre!
As pessoas me olham na varanda –
eu só estou tomando sol
e divagando sobre flores...
O bem que me acomete
é mais que uma atitude,
o bem que me acomete
vem de você.

Lucia Helena Sider

12 outubro, 2014

E vai virar série mesmo... 



Entraves contra soluções

Núvem –
entrave ao sol
Sol,
onde está você?

Distância –
entrave a nós.
Onde,
onde está você?

Por tudo o que é bom e é belo
queria ter você aqui junto de mim,
queria te ter passo a passo,
por tudo o que há de melhor.

Ah, rede virtual...
Rede que nos une...
Ah, linhas aéreas
que me levam pra perto de ti.

A núvem
dissipou-se por bem.
O sol
apareceu para mim.

Ah distância
já não é problema.
Você
apareceu para mim...

Que seja assim,
virtual e real.
Hoje, amanhã
até o dia em que...

Lucia Helena Sider



Paçoquinha e a luz solar

Mia, Paçoca (no alvorecer),
que a porta se abre.
Mia, mia
que o dia é belo!

Canta, coração (sempre e sempre),
que as portas se abrem.
Canta, canta,
que o dia será belo para mim.

O sol brilha e comprova
tudo o que eu disse e sonhei.
Belo, belo. Belo e forte,
mas sem agredir a ninguém.

Quero que o sol também brilhe pra ti
naquela terra ainda fria em outubro.
Vêm pra cá e tudo se resolve!
Venha e veja comigo! (está feito o convite).

Mia, Paçoca (no entardecer),
que o dia é breve!
Pede, pede
o que há de melhor (prá nós).


Lucia Helena Sider