22 julho, 2020


De Lucia Helena Sider, o poema do mês de julho

Das coisas de julho II
(não exatamente uma paródia do poema homônimo, mas uma releitura)

Julho das intenções,
julho dos encontros e reencontros.
Julho das ações,
julho do mergulho às profundas raízes do inconsciente.
Julho de redescobrir tudo o que mais importa,
julho de ver claro quem e o quê são descartáveis.
Em julho não fiz loucuras,
em julho igualmente não procurei fazer só o que é certo.
Em julho ressignifiquei o que sou
e confirmei que eu sou só o que eu me permito ser
e isso também reflete no como o mundo me vê.
Em julho fui fútil e fui ouvinte,
em julho mais uma vez me provei corajosa.
Mostro minha determinação no meu corpo todo,
mas também sou determinada no que falo ou faço –
o que mostro, declarado ou não.
Escolhemos fazer, quando o que fazemos é o bem.
Escolhemos silenciar, quando nos percebemos falando palavras vazias.
Em julho mais uma vez perdoei e TUDO isso fez valer o mês.
Mas julho foi ainda mais, pois redescobri a minha essência.
Agosto, setembro... vejam só a responsabilidade...
A essência não reside na imagem,
nas habilidades, nem mesmo no senso de bom humor.
A essência está na dignidade, na gentileza e no compartilhar.
E foi assim que mais uma vez me reencontrei...
Que daqui em diante eu não confunda mais as coisas.
E se porventura confundir,
que o Universo me traga novamente às redescobertas.

Lucia Helena Sider
Sobral, 22 de julho de 2020