Canção de amor para a última manhã de outubro
Menina, menina,
acorda para a razão.
Sem emoção toma teu
café, ovo e fruta.
Joga no diário teu
sonho sem sentido
se deixa invadir
pelas tarefas do dia.
Com a atenção da manhã,
leia os textos frios
e entranhados.
Lembra da sensação que o foi
lê-los em aula
noturna, tão emocionada.
Procura e compare as
sensações de Clarisse:
veja e sinta se
ainda ela quer te humilhar.
Entende, mesmo se
não entender, escreve
teu fluxo de ideias
com o que lhe vêm de cor:
Menina! - Lembrança
de teu amor presente.
Aquele que não vai
te abandonar mesmo as-
sumindo causas
justas para adotar.
Blend perfeito de
vozes silenciosas.
Menina, menina, o que
estais a falar?
Entranhado o dia
ainda antes das nove.
Entrega em casa,
pilha de louça.
Cozinharás para teu
sustento e prazer
a despeito das
eventuais visitas, amanhã
farás peixe só para
ti.
Lucia Helena Sider
(poema de outubro)