19 fevereiro, 2020


Poesia do mês: 

Fevereiro off limits

Cheguei no limite, quero compensação.
Tudo certo, tudo completo, sequencial.
Mês aberto ao novo, à rica informação.
Venha descanso, venha encanto afinal.

Me vi reescrevendo o patinho feio:
era exercício do curso de conto.
Me vi buscando conhecimento alheio:
autoconhecimento da partida o ponto.

Já não vem sem demora o feriado.
Mudança de casa, não o festejar.
Levando aos poucos minha vida…

Banco de horas enfim zerado.
Cabelo pintado de azul do mar.
Fevereiro minha agridoce acolhida.

Das minhas gatas, a longeva dezesseis!
Gato que brinca, gato que dorme.

Cinemas, visitas, vou contar para vocês:
vinte e nove dias de fevereiro enorme!

Lucia Helena Sider
Fevereiro - 2020

07 fevereiro, 2020


Sobre o que aprendi e (me) reconheci no curso "Eneagrama voltado para resultados organizacionais", do Instituto Conectomus em São Paulo, onde fui para autonhecimento, mas acima de tudo aprendi a entender e aceitar outros perfis diversos - a base da empatia e do perdão.

Essa sou eu, por vezes rígida e arrogante, mas aprendendo a serenidade.

Autovisão do Número “Um”
(Eneagrama pessoal)

Percebo o quanto sou exata,
exatamente buscando alguém atrás,
que supostamente não me acreditou.
Percebo o quanto me dói a incerteza
(embora até na dor haja prazer)
e o quanto me deleita ver
que o planejado se fez
exatamente e com exatidão.
Sou boa influência,
boa referência
ou simplesmente boa.
Cada detalhe, cada passo, um avanço.
Avante sempre mesmo quando despercebido.
É possível desperceber alguma coisa?
Ouço tudo, sobretudo,
Até me irritar a perfeição
- que me parece tangível,
como também o são todas as ações.
Arrogância comum a outros tipos,
mas rio com sarcasmo da vaidade alheia.
Semente que semeia todas as outras emoções
julgadas menores.
Sim, como é bom dizer o que sinto!
Quando no momento perfeito, oportunista.
Não é falso, não é manipulado.
É um pássaro liberto,
voando nos céus cartesianos e rastreáveis.
Mas para quê, se a leveza está na arte?
Se a serenidade está em aguardar
pelos próximos capítulos,
com calma, mas sempre com precisão?
Vem, variedade, que te permito!
Venha guiada pelo meu “Sete” delicioso.
Me exprimo em “Quatro” – perfeição do belo,
perfazendo um conjunto infinito de perfis.
Sou todos, do melhor,
- perfeição que me cega os olhos -
aprendendo hoje a admitir o lado ruim
Correta, como se espera de mim.

Lucia Helena Sider
Sobral, fevereiro de 2020