24 agosto, 2014

Lições do esgotamento
(Soneto que não saiu)

Neste exato momento não quero fazer nada.
Ao mesmo tempo tenho de tudo para fazer.
Providências, trabalhos, viagem, pé na estrada,
Faço como posso, mas nada me dá prazer.

As pernas e os braços, ombros tão fatigados.
Não tenho forças, mas ainda me forço ao limite.
Tudo ao mesmo tempo, espaço-tempo congelados,
Nervos à flor da pele, explodem como dinamite.

Este é mais um poema, como os muitos que faço,
Mais um sobre o enfado, a tristeza, o esgotamento.
A poetiza se entrega, mas não perde o seu traço.
Este é o dia de hoje, a semana, o mês, que tormento!

Esgota, morre e ressurge como convém ao novo dia.
Sei que logo melhoro, tenho poder de superação.
Eu sempre vivi assim, entre a tristeza e a alegria.
Trago os dois temperados dentro do meu coração.

O evento de hoje é só uma lembrança de amanhã.
Supera, esquece e apaga quando isso te aborrece.
Mas registra a tua reação e analise-a quando sã.
Aprende que o que hoje castiga, amanhã enobrece.

Lucia Helena Sider

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