Mais um dia
de alegria nesta jornada de agosto. Sim, estou feliz. Recebi mais um parecer
sobre meu livro, e parecer vindo de um poeta é sempre poesia! Sinto que estou
no caminho certo. Até há pouco, eu ainda estava insegura, confesso. Mas sim, as
pessoas têm gostado do meu livro e veem nele coisas que nem eu teria imaginado.
Minha felicidade não é pouca!
Hoje publico
aqui mais uma poesia da “Pentalogia”. A poesia quase que dispensa apresentação,
pois é o próprio retrato desta pessoa querida que eu admiro muito, a minha
colega e amiga Angela Eloy. Cronologicamente falando, foi a primeira poesia que
eu escrevi depois de um jejum de dezessete anos, embora na série, ela apareça
em terceiro lugar.
Modelo
(Olhando
para a frente)
No começo
confesso que a subestimei
só por conta
de uma aparente antipatia pelas minhas gatas.
Que ideia
errada! Foi preciso conviver mais de perto
para
perceber que ela também tem um coração.
Só não adota
um pet porque diz viajar muito.
Aliás, ela
também não é daqui,
Tem raízes
distantes, como eu.
Mas é cidadã
do mundo
e se adapta
a qualquer canto.
Gosta de
conviver de perto com os seus,
coisa que eu
valorizo muito.
Preocupada
com a formação e o desenvolvimento intelectual,
tem fama de
zangada, mas só é perfeccionista e
quer que os
que com ela convivem
sejam dignos
da sua perfeição.
Enquanto a
maioria acompanha à distância,
ela ensina
no corpo a corpo.
O resultado
é o que se vê:
uma série de
meninos e meninas devotos e bem formados.
A mulher
ainda é viajada. Foi namoradeira,
mas agora
deu um tempo para autoconhecimento.
Se firma na
fé e quando a de todos acabou,
ela ainda
está lutando, lutando sempre.
Se algum dia
eu for para o céu,
eu sei que
ela ali estará,
não por ser
devota a uma ou outra religião,
mas por ter
alcançado o sentido da vida.
Ela vive o
que os evolucionistas comportamentais
chamam de
aptidão abrangente:
é mãe
materna de todos os que merecem o seu respeito
e nunca,
nunca a vi pedir nada para si.
Alguns não a
levam a sério,
mas como não
seria assim
com uma
pessoa sempre a frente do seu tempo e
que até
pouco se rebela com o fato de ser subestimada
por alguns
dos seus gestores com pouca visão de ciência?
Não sei até
quando estarei por aqui, mas sei que onde estiver
vou poder
puxar pela memória uma daquelas estórias
que ela
conta inúmeras vezes
sem, no
entanto, a gente se cansar.
Lucia Helena
Sider
Sobral,
fevereiro/ 2013
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