De
Lucia Helena Sider, o poema do mês de julho
Das
coisas de julho II
(não exatamente
uma paródia do poema homônimo, mas uma releitura)
Julho
das intenções,
julho dos
encontros e reencontros.
Julho
das ações,
julho
do mergulho às profundas raízes do inconsciente.
Julho
de redescobrir tudo o que mais importa,
julho de
ver claro quem e o quê são descartáveis.
Em
julho não fiz loucuras,
em julho
igualmente não procurei fazer só o que é certo.
Em
julho ressignifiquei o que sou
e confirmei
que eu sou só o que eu me permito ser
e isso
também reflete no como o mundo me vê.
Em
julho fui fútil e fui ouvinte,
em julho
mais uma vez me provei corajosa.
Mostro
minha determinação no meu corpo todo,
mas também
sou determinada no que falo ou faço –
o que
mostro, declarado ou não.
Escolhemos
fazer, quando o que fazemos é o bem.
Escolhemos
silenciar, quando nos percebemos falando palavras vazias.
Em
julho mais uma vez perdoei e TUDO isso fez valer o mês.
Mas
julho foi ainda mais, pois redescobri a minha essência.
Agosto,
setembro... vejam só a responsabilidade...
A
essência não reside na imagem,
nas habilidades,
nem mesmo no senso de bom humor.
A
essência está na dignidade, na gentileza e no compartilhar.
E foi
assim que mais uma vez me reencontrei...
Que
daqui em diante eu não confunda mais as coisas.
E se porventura
confundir,
que o Universo
me traga novamente às redescobertas.
Lucia
Helena Sider
Sobral,
22 de julho de 2020
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