27 agosto, 2020

Certezas e incertezas
(Poema predominante de agosto, ou será que é Poesia?)
 
Redesenho
 
Me calo.
Até aqui falava tanto com tantas certezas.
Vozes em coro me suportam,
mas serão só os poetas as minhas referências.
Mas serão só os poetas as minhas referências?
Será que errei ou só decidi acertar?
A poesia-verdade, esta grande mentira.
Pequei e me apego ao pecado –
redenção do mundo, língua dos anjos
que tira o mortal do fundo do poço.
Mas aos deuses só chega a Poesia.
Mas aos deuses só chega a Poesia?
Quero ser Deus.
 
Segurança
 
Me ver julgando a mim mesma e ao outro
o que me traz senão a angústia?
É essência vital ou seria apenas abstração?
Me rodeiam novamente as certezas
de que o caminho permeia a finalidade.
Verdade para mim – minha escolha:
vou contabilizar Vidas ou vou contabilizar Poesia?
Pergunta essencial ou só distração? (do caminho)
Minhas fraquezas são cada vez mais claras,
tal como as virtudes também.
Escancaro-as todas.
Quero ser eu mesma, mortal.
Quero ser eu mesma! Imortal?
 
Lucia Helena Sider
 


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