02 novembro, 2015

Dia de finados

Há pouco mais que dez meses escrevi esta poesia no dia em que a minha mãezinha partiu. A gente supera a morte, mas não supera a saudade, por tudo o que foi belo e doce...

em memória de Dona Aina


Amanhecer de um dia eterno

O sol pleno,
o canto das aves
vêm hoje me dizer
que será um dia bom...
E tanto o sol como as aves
vão saber o que se passa,
embora tudo, às vezes,
pareça nublado,
vez ou outra até chove.
Não sabemos, não,
ainda não sabemos
o que vai acontecer.
Será que ela vai conseguir?
Talvez não hoje ou amanhã,
mas o caminho é sem volta.
Ela vai conseguir?
Não me pergunto por quê.
Não, pois não é justo.
Quero me lembrar
de tudo o que foi belo e doce,
só do que foi belo e doce.
Quero me lembrar
do sol e do canto das aves
quando a seu lado...
Quero me lembrar
do seu sorriso inocente
e dos seus olhos verdes brilhantes
a me contar as suas
tão interessantes aventuras,
e do seu tão receptivo bom humor...
Ela não vai conseguir...
Nunca, nunca vai conseguir
deixar meu coração.

Lucia Helena Sider

Sobral, Dezembro/2014


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